Preconceito linguístico ou Social?

Na realidade não há o preconceito social e sim os preconceitos sociais, porque normalmente as pessoas só se referem a ele sendo o preconceito entre as classes sociais, mas ele abrange muito mais do que isso, englobando todos os preconceitos ligados a sociedade. Por esse motivo não deve haver uma distinção entre preconceito lingüístico e social, pois um está inserido no outro.
O preconceito social, no que se refere às classes sociais, em geral é exercido sobre as pessoas que sofrem mais na sociedade, como os pobres, analfabetos, aqueles que não têm acesso à escolarização. Por não terem a oportunidade de entrarem numa escola ou de nela permanecerem, muitos acabam sendo acusadas de falar errado e de deteriorar a língua portuguesa.
Quando fazemos uma real analise sobre o assunto vemos que há uma transferência do que a sociedade acusa a pessoa de ser para a língua. Então se uma pessoa é pobre, a língua dela é pobre. Se uma pessoa vive numa região atrasada sua língua vai ser atrasada.
Uma conclusão que chegamos é que a maioria das variedades lingüísticas sempre serão consideradas erradas porque não correspondem aquilo que as pessoas detentoras do poder na sociedade acham correto.
Um ultimo ponto, mas não menos importante, a ser analisado é o porque de uma criança criada num meio familiar (ou não) adquirir uma forma de falar, chegar à escola e ter sua fala considerada errada pelos colegas que tiveram um ambiente familiar diferente, no que se refere a fala.
Essa criança chega à escola e percebe que, diante do é apresentado à ela pela gramática,   “tudo” que foi aprendido com sua família e amigos é “errado” e tem que rever os seus conceitos sobre a língua portuguesa. Esse rever causa uma confusão na cabeça dela e acaba chegando à conclusão de que passou muitos anos da sua vida falando “errado” e não se sente capaz de dominar os recursos do seu próprio idioma, passando a não gostar do estudo da língua portuguesa e da gramática.


3 comentários:

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    1. Todas as informações foram retiradas do livro 'Preconceito linguístico - o que é, como se faz', de Marcos Bagno e da editora LOYOLA.

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